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O valor dos dados: primeiros passos para uma cultura Data-Driven

10/02/2020
Foto de Carlos Muza no Unsplash

Cultura Data-Driven significa tomar decisões eficientes, embasadas em dados, maximizando os resultados. Muito se tem noticiado sobre o futuro dos negócios que serão orientados por dados, os clichês explicam por si: “Dados são o novo petróleo”, “Devemos torturar os dados até que eles nos confessem algo”, ou “Em Deus acreditamos, todos os demais nos apresentem dados”.

Enfim, é sabido que todos os negócios e pessoas geram muitos dados diariamente, e aqui vem a questão principal: será que as empresas estão preparadas para uma cultura orientada por dados? Conforme estudo de 2016 conduzido por Forrester Consulting and Atos com mais de 580 líderes de negócios na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico, 90% dos entrevistados esperam que a tomada de decisão orientada por dados se torne um diferencial importante até 2020.

Chegamos em 2020 e é perceptível no mercado que muitas empresas continuam sem utilizar os dados (que elas mesmas geram diariamente) no processo de tomada de decisão, e aqui estamos falando de dados que podem ser facilmente transformados em informações básicas para qualquer negócio, como por exemplo: demonstrativos de resultado gerencial, balanço patrimonial, indicadores de desempenho econômicos e financeiros, análises e controle de gastos, planejamento e orçamento, etc. São dados que sempre existiram dentro dos negócios, porém por muito tempo foram negligenciados, principalmente pelo pequeno e médio empresário, seja por desconhecimento ou seja pela falta de tempo para dar a devida atenção a uma questão essencial: entendimento do negócio por meio dos dados.

“Empresas que crescem sem saber os motivos pela qual cresceram, consequentemente quebram sem saber o porquê quebraram.” Autor desconhecido

O líder do negócio tem papel fundamental neste processo inicial de mudança cultural dentro da empresa, e o fato é que os dados sempre existiram, contudo não foram transformados em informações relevantes para a tomada de decisão. O dado transformado gera informação, quando consumida gera o conhecimento, se útil na tomada de decisão gera valor para o negócio.

Logo, com o aumento do poder computacional e de processamento veio a temida Inteligência Artificial (IA), que também utiliza dados em seus algoritmos. Porém não estamos falando de robozinhos, esta é a parte bonitinha de mostrar a IA, mas a IA que pode ser aplicada no seu negócio sem a necessidade de construir uma máquina com aspectos humanos (mas isso é tema para outro artigo). O primeiro ponto é: precisamos ter o básico de organização dos dados e informações para tomada de decisão. Não adianta pular etapas do processo de criação de valor dos dados, pois toda decisão em algum momento refletirá nas métricas do negócio, e isso tudo precisa estar alinhado e “conversando” entre os diferentes sistemas, níveis de informações e setores de uma empresa.

“Quem não mede não gerencia. Quem não gerencia não melhora.” Joseph Juran

Conforme imagem abaixo, a primeira etapa na construção de uma vantagem competitiva por meio da tomada de decisão direcionada por dados é entender o que aconteceu em determinada situação com base em dados históricos, as quais muitas empresas ainda não utilizam. Contudo para chegarmos neste nível de detalhamento é necessário estruturar as informações, o qual demanda bastante esforço na reorganização e otimização de processos, registros e tratamento dos dados primários. Aqui temos um segundo ponto que é: não adianta termos os dados se não sabemos o que queremos extrair deles.

SAS Institute Inc.

Estima-se que no processo de geração das informações 80% do tempo é destinado para a limpeza e tratamento dos dados. Se todo este tempo é utilizado para organização dos dados, quanto tempo o gestor tem para analisar as informações geradas por eles? Muito pouco, pois quase que todo o tempo desta tarefa foi destinado para obtenção da informação, ou seja, quando necessária leva-se muito tempo para obter e quando obtida já não é mais tão relevante. Sem contar o tempo dispendido que poderia estar sendo aplicado em novos negócios, que é o que move e gera a riqueza para a empresa. Por fim, o terceiro ponto é: as informações precisam ser automatizadas e disponibilizadas em tempo para o usuário final.

Enfim, é preciso reconhecer o valor dos dados para que possamos construir informações relevantes para a tomada de decisão e perpetuidade dos negócios. E para você, qual o grau de maturidade que a sua organização possui para transformar em vantagem competitiva a tomada de decisão a partir dos dados?

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