Muito tem se falado que o mundo pós-pandemia não será mais o mesmo. Você já se perguntou qual será o novo normal a partir de agora?
Para os futuristas, a pandemia de coronavírus funciona como uma aceleradora de futuros, potencializa as mudanças e a transição para o novo. É momento de aprendizado, de uma autocrítica profunda, de nos olharmos enquanto sociedade e refletirmos sobre os erros do passado. Para o novo futuro, será necessário uma atualização seguida de um reboot em todo o sistema.
“Não podemos voltar ao normal, porque o normal era exatamente o problema”
Tendências que antes estavam apenas no horizonte e ainda pareciam distantes, se tornaram reais em questão de meses. E aqui não consideramos apenas a rotina do dia a dia nessa nova realidade, mas sim mudanças estruturais significativas na área política, social e econômica. Teremos uma revisão de valores, comportamentos, hábitos de consumo e relações pessoais que refletirão, inevitavelmente, nas marcas e nos negócios.
Provavelmente, assim como você, temos nos perguntado diariamente como tudo será daqui pra frente, como se dará a relação entre marcas e pessoas, qual é o papel das organizações neste contexto de crise e de desafios globais, e como tornar relevantes e significativas as experiências digitalizadas.
Para tentar minimizar essas angústias e incertezas em relação ao futuro, analisamos alguns estudos e reunimos tendências de comportamentos, expectativas e valores para um futuro que já bate em nossas portas e que estão intrinsecamente relacionados ao posicionamento e atuação das marcas a partir de agora.
Capitalismo consciente e o compromisso social das marcas
O que antes parecia um movimento tímido, para poucos e incapaz de atingir a corrente dominante, passa a ser demandado por parte considerável da sociedade. Se por um lado haverá uma revisão dos hábitos de consumo e adoção de um comportamento consciente por parte das pessoas, por outro, o modelo capitalista vigente será questionado mais do que nunca. Não há mais espaço para um sistema que visa pura e simplesmente a maximização dos lucros financeiros e o crescimento do PIB a qualquer custo, que concentra riqueza e amplifica a desigualdade social, e que baseia-se na exploração insustentável dos recursos naturais do planeta.
As empresas serão cobradas pelos impactos socioambientais que geram, questionadas sobre suas responsabilidades diante das comunidades em que atuam e pelo valor que geram aos públicos com os quais se relacionam. A competição dá lugar a coopetição. Marcas que se posicionam de maneira semelhante e que compartilham dos mesmos valores se unem em torno de um único desafio, buscando e gerando soluções de código aberto para problemas locais e globais.
Novos modelos de negócio e a reconfiguração do ponto de venda
A adaptação dos espaços físicos já existentes e a criação de pontos de vendas digitais é um movimento inevitável. Marcas terão que repensar seus modelos de negócio, diversificando e ampliando os pontos de contato com o consumidor e os canais de venda de seus produtos.
Mesmo após a pandemia, os cuidados e os novos hábitos higiênicos devem permanecer sendo uma preocupação das pessoas, principalmente em locais públicos e ambientes fechados. Marcas deverão investir em locais físicos higienicamente controlados, que tragam ao consumidor a sensação de segurança e bem-estar — físico e mental — , além de uma experiência que se diferencie dos demais pontos de venda.
Relações e experiências imersivas digitalizadas
Por conta do distanciamento social e de uma preocupação sanitária cada vez mais constante, as experiências e relações virtuais crescerão exponencialmente e deverão atingir um outro nível nos próximos anos. A evolução digital vai muito além do uso de redes sociais e da possibilidade do trabalho remoto. Setores como cultura, esportes, viagens, educação e varejo irão conectar o real com o virtual a partir do uso de tecnologias já existentes mas que devem se disseminar, como a realidade aumentada, assistentes virtuais e máquinas inteligentes.
“A evolução digital vai muito além do uso de redes sociais e da possibilidade do trabalho remoto.”
Haverá um fusão entre o e-commerce e o streaming, a compra online se tornará mais interativa, experiencial e em tempo real. O desafio está em criar ambientes — do tipo gameficados — que consigam gerar bens virtuais como símbolos de status social, de modo que a experiência deixe de ser apenas uma ferramenta de entretenimento e passa a ser algo que que o consumidor valorize e tenha vontade de compartilhar tanto quanto suas experiências “reais”.
E agora?
Olhando para este cenário nos fica a pergunta: e agora? O que eu devo fazer no meu negócio? Qual é o próximo passo? O quanto eu preciso mudar para me manter atualizado? Não há uma resposta padrão para isto. O que é certo que o seu negócio precisa desenvolver independentemente do estágio em que ele se encontra: cultura de dados, cultura digital e de experiências, olhar holístico e humano para o bem-estar das pessoas e uma gestão consciente. Por exemplo, uma loja de vestuário pode diminuir ou intercalar o mix de produtos físicos por um canal digital e transformar a loja em um local onde as pessoas possam ir além da busca por produtos. Um centro de educação pode intercalar experiências físicas e digitais na metodologia educacional. Empresas voltadas a serviço ou indústrias podem flexibilizar o trabalho remoto e a escala de trabalho de seus profissionais.
“As mudanças necessárias para termos um mundo mais consciente não podem acontecer só nas grandes empresas. São os pequenos negócios que impactam nossas realidades.”
Pode ser que essas transformações pareçam extremamente desafiadoras para o modelo e a atual oferta de produtos e serviços da maioria dos pequenos negócios. Não queremos gerar pânico, de forma alguma, mas sim gerar insights e abrir os olhos de gestores e tomadores de decisão para o que emerge. O mundo está mudando, mais rápido do que nunca, e os negócios precisam se adaptar a este novo paradigma.
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Vamos enfrentar juntos esse momento? A Morama está disposta a estender suas conversas para apoiar marcas, negócios e pessoas em transformação.
Fontes de pesquisa: EL PAÍS Brasil / TrendWatching / HSM