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Sobre sincronicidade e las ventanas

05/12/2019
Foto de Alistair MacRobert no Unsplash

Eu já me encontro num estado de deslumbramento por várias razões mas, principalmente, por ter assumido enfaticamente o vento que sopra em minha janela. Não o deixo mais escapar e, atenta, uso-o a meu favor, para tomar impulso enquanto meus cabelos se desconfiguram emoldurando em meu rosto ares de felicidade.

Mas ainda assim, a velocidade das coisas continuam me assombrando. Escrever tem sido tudo aquilo que eu sempre quis fazer, mas acabava achando um jeito de procrastinar. Era como se eu fosse ainda aquela criança que gostava tanto de sua caixa de lápis de cor, que usava-a com parcimônia para que ela não se gastasse e existisse mais um tanto. Suspendi por tempo demais o meu chamado como se o ato de escrever pudesse eliminar o gozo que antevia ao pensar nas palavras formadas em minha cabeça. Agora não mais. Agora, as concretizo.

Jung sempre falou sobre a sincronicidade. Ao me dedicar à literatura, desencadeei uma série de eventos que foram determinando a coincidência significativa. Conhecer pessoas que precisava conhecer no momento exato dos acontecimentos tem sido um padrão subjacente, uma sincronia. Tal qual dizia Jung.

Então, me deparo com indivíduos tão díspares que vão se somando a mim de uma forma contundente, que percebo que estava tudo ali. Somente eu não via. E no momento exato, conheço-as e me dissolvo nelas e elas, em mim.

Definitivamente as ventanas da minha vida estão abertas. Gracias a todos que agora passam pela minha paisagem, soprando novos ares em minhas janelas. No próximo ano, meu desejo ardente é que eu não desperdice mais nenhum vento e que nada me escape. Desejo o mesmo a você também.

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“Estaba mucho más allá, en ese más allá ilocalizable adonde precisamente ponen proa ojos de todas las mujeres del mundo cuando miran por una ventana y la convierten en punto de embarque, en andén, en alfombra mágica desde donde se hacen invisibles para fugarse”

De su ventana a la mía, Carmen Martín Gaite, escritora espanhola.

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Gaite cunhou a expressão mujeres ventaneras para denominar as mulheres escritoras, que veem o mundo a partir de uma localização bastante precisa, pois a janela condiciona um modo de pensar bem peculiar.

Texto por Meire Brod

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