Outubro é o mês para lembrarmos a importância da prevenção e de combate ao câncer de mama. E, por isso, junto com o Centro Regional de Oncologia (CRON), através da Dra. Camila Dagostim Jeremias e da nutricionista Luisa Muller Arruda, preparamos um material especial sobre o tema.
O movimento do Outubro Rosa surgiu em 1990, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Naquele ano, a Fundação Susan G. Komen distribuiu laços cor de rosa na corrida pela cura. Com o passar dos anos, o movimento atingiu um alcance mundial, com inúmeros participantes ao redor de todo o mundo. Desta forma, o laço rosa passou a simbolizar as ações dirigidas à conscientização pelo diagnóstico precoce e cura do câncer de mama.
O câncer de mama é o mais comum entre as brasileiras. São estimados quase 60 mil novos casos para o ano de 2019, de acordo com as projeções do Instituto Nacional do Câncer. Quanto mais cedo se descobre o tumor, maiores são as chances de cura, podendo chegar até a 95% quando iniciado o tratamento em estágio inicial. No entanto, a falta de informação ainda faz com que muitas mulheres diagnostiquem a doença apenas em fases avançadas, demonstrando a importância do movimento do Outubro Rosa em compartilhar informações e conscientizar sobre o câncer de mama.
FATORES DE RISCO
Trata-se de uma doença multifatorial, existindo alguns fatores de risco bem documentados que podem predispor às mulheres ao desenvolvimento do tumor. Alguns deles não são modificáveis, como as mutações genéticas herdadas dos pais. Outros, contudo, quando modificados, podem levar a uma redução do risco de desenvolvimento da doença. Alguns fatores importantes são: história familiar ou pessoal de câncer de mama; menarca (primeira menstruação) precoce; menopausa tardia; exposição a hormônios exógenos; ingesta de álcool; sobrepeso ou obesidade.
SINAIS E SINTOMAS
O câncer de mama geralmente se manifesta como um nódulo na mama, mas também podem existir outros sinais de alerta, tais como: vermelhidão e pele endurecida, saída de secreção (líquido) pelo mamilo, áreas abauladas ou endurecidas. É importante que, quando as mulheres estejam diante de tais alterações, consultem um médico para definir a melhor conduta frente a cada caso.
RASTREAMENTO
O rastreamento para o câncer de mama é baseado na realização da mamografia. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade com a intenção de identificar lesões quando elas ainda não são palpáveis e, desta forma, permitir o diagnóstico ainda mais precoce e aumentar as chances de cura.
Àquelas mulheres que fazem parte do grupo de risco moderado ou elevado, por história familiar de câncer de mama ou mutações genéticas identificadas, por exemplo, podem ter a indicação de iniciar a rotina de rastreamento mais cedo associado a exames complementares, conforme orientação do especialista.
TIPOS DE CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é uma doença variada, com diferentes subtipos e perfis, determinando agressividade e prognóstico diversos. Quando o fragmento da biopsia ou da cirurgia é enviado ao médico patologista para análise, temos o exame anatomopatológico, que é importante para o diagnóstico definitivo e a classificação quanto ao tipo do câncer de mama. Além deste, é necessário um outro exame para a determinar os receptores hormonais (RHs) de estrógeno (RE) e progesterona (RP) e avaliar a presença de superexpressão da proteína HER-2, exame chamado de imuno-histoquímica. Esses itens auxiliam a estabelecer o subtipo do câncer de mama e o tipo de tratamento que a paciente deve ser submetida.
TRATAMENTO
O tratamento para o câncer de mama baseia-se na individualização. Idealmente, o melhor manejo passa por uma discussão multidisciplinar com participação de cirurgião, radio-oncologista e oncologista clínico. Existem diversas modalidades terapêuticas, entre elas cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia e imunoterapia, cada uma com sua indicação específica. A escolha do tratamento deve considerar, entre outros itens, o subtipo de câncer de mama, o risco de recidiva, o estadiamento da doença – ou seja, o grau de extensão – e as características das próprias pacientes.